Reunidos na sede nacional da CUT, em São Paulo, na tarde desta quarta-feira (20), dirigentes sindicais de diversas categorias falaram sobre as pautas que unem a campanha salarial dos trabalhadores no segundo semestre de 2016.
O presidente da CNM, Paulo Cayres, lembrou que as articulações conjuntas entre trabalhadoras servirão, também, para a construção da greve-geral. “Os metalúrgicos da CUT estão seguindo a orientação da Central, que é ter todos os ramos unidos pela campanha salarial. Nessa linha, o último ato que fizemos foi um encontro com o ramo têxtil do Ceará, colocamos nossa pauta histórica, que é a redução da jornada sem redução de salário, contra a reforma da Previdência e denunciando o golpe. Os metalúrgicos estão em campanha pelo Brasil, levando os companheiros metalúrgicos para dialogar com outros setores”, afirmou o dirigente.
Alvo constante dos golpistas, a Saúde segue ameaçada de privatização. Recentemente, o ministro ilegítimo da Saúde, Ricardo Barros, sugeriu a criação de um plano de saúde popular, que gerou revolta na população. Célia Regina Costa, secretária-geral da CNTSS, afirma que o tema está sendo debatido nos encontros da categoria. “Eles querem destruir o que foi construído nos últimos 13 anos”, explicou a sindicalista, lembrando que os trabalhadores enfrentam dificuldades para negociar suas pautas na atual conjuntura política.
“Vários dos nossos sindicatos estão lutando pela manutenção e aumento do piso da categoria. Em São Paulo devemos retomar a nossa campanha salarial, assim como em outros estados, já que os governadores não atendem a pauta da reinvidicação com a desculpa da crise”, encerrou.
O presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, adota o mesmo tom de preocupação com o cenário político do País. “Já fizemos três concentrações importantes com trabalhadores envolvidos na campanha salarial. Vamos continuar negociando porque a situação é complicada, por conta das ameaças de demissões nas fábricas. É momento dos sindicatos mobilizarem suas bases para mostrar o quão difícil é o quadro político no Brasil, que aponta para uma retirada de direitos da classe trabalhadora.”
Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários, saiu em defesa das estatais. “No último final de semana de Julho, temos a Conferência Nacional dos Bancários, com a participação dos delegados eleitos nas assembleias. Nesse encontro, vamos definir a pauta de reivindicações. A defesa das empresas públicas é uma bandeira dos bancários. No Brasil, os bancos públicos foram importantes para o desenvolvimento , para a ampliação do crédito, 61% do financiamento imobiliário passa na Caixa Econômica, o BNDS foi importante para o crescimento econômico, proporcionando geração de emprego e renda. Agora, o governo interino quer privatizar as empresas públicas.”
O coordenador nacional da FUP, José Maria Rangel, já vê a privatização batendo à porta da maior estatal do País, a Petrobras. Por isso, tem aproveitado as assembleias e encontros com outras categorias para dialogar sobre os riscos dos retrocessos que estão pautados na agenda política do País.
“Por onde estamos passando, afirmamos que a entrega do Pré-Sal faz parte do golpe. Depois, é importante ressaltar a união das categorias em torno da campanha salarial e isso é ótimo, pois é quando precisamos da unidade, justamente para enfrentar os ataques à soberania nacional. A CUT sai na frente quando dá visibilidade à reação da classe trabalhadora contra o governo golpista de Michel Temer”, afirmou o petroleiro.
Também preocupada com os ataques promovidos contra os direitos básicos da população, a secretária de Organização da CNTE, Marilda Araújo, lamentou o projeto “Escola sem Partido”. “Ele representa um atraso de dez mil anos, com uma mordaça na Educação. O professor se tornará um conteudista, sem relacionar com mais nada dentro de sua matéria. O professor não pode deixar de falar sobre os problemas sociais do País”, afirmou a dirigente, que pretende seguir discutindo a agenda proposta pela CUT com os trabalhadores de sua categoria. “Na segunda semana de agosto, todos os representantes da CNTE nos estados vão se reunir para determinar a campanha salarial do segundo semestre, mas a orientação é manter o que está sendo proposto pela Central.”
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